Desvio para a lama / Turn to Mud (2015)
|
Name: Turn to Mud Descripton: Video Instalation Size: 2,64x1,46m screen Edition: PA + 4 Country: Brazil Year: 2015 Direction: Mathias Reis e Paola Demanboro Production: Mathias Reis e Paola Demanboro Performers: Giovana Brasil, Helana Marc e Victor Tosi. |
Desvio para a lama segue o rompimento da barragem de mineração em Mariana/MG; um desastre ambiental de proporções irreparáveis a bacia do rio doce e ao litoral do Espírito Santo. Ao passo que as autoridades públicas eram cobradas pela responsabilidade, um dos pilares econômicos do país é a mineração, também possibilitadora dos dispositivos eletrônicos que foram utilizados para as denúncias em rede.
"Enquanto escrevo, a lama avança. Piscamos, e a lama avança. Parece quase impossível pensar em algo além de que a lama avança. E ninguém pode afirmar até aonde a lama vai chegar. É mais como um filme de imagens impossíveis, cada um entre seus muros, fronteiras cada vez mais enfarpadas, e a lama avançando. Dia e noite, essa lama que não dorme. Avançando. Talvez fosse necessário mais um movimento de vanguarda na arte, que desse conta do excesso de real da realidade. Da lama que avança. Concreta, espessa, tóxica. Inescapavelmente lama. Que Guernica poderá ser pintada diante da obra da Samarco, a mineradora que pertence à Vale (antes chamada “do Rio Doce”) e à anglo-australiana BHP Billiton? (...) E a lama avança. Não como metáfora. Mas também como metáfora. Enquanto a lama avança – “vai invadir o Arquipélago de Abrolhos”, “não vai invadir o Arquipélago de Abrolhos”, “alcançou o ninho das tartarugas-gigantes”, “praias são interditadas no Espírito Santo”... –, há uma lama metafórica que entra pela nossa boca e nos faz tossir. Mas a tosse não nos liberta, porque estamos intoxicados de lama. Essa lama que circula pelas veias desse corpo que chamamos de país. A lama que nega a lama(...)" Eliane Brum, escritora, repórter e documentarista para El País em 30 de novembro de 2015 |
Deviation to the mud follows the breakdown of the mining dam in Mariana / MG; an environmental disaster of irreparable proportions the fresh river basin and the coast of Espírito Santo. While the public authorities were charged with responsibility, one of the economic pillars of the country is mining, also enabling the electronic devices that were used for network denunciations. Partnership with Giovana Brasil, Helana Marc and Victor Tosi. "As I write, the mud advances, we blink, and the mud advances, it seems almost impossible to think of anything other than the mud advances, and no one can say how far the mud will reach. between its walls, increasingly bitter boundaries, and the mud advancing.day and night, this mud that does not sleep.Advanced.Maybe it was necessary a more avant-garde movement in art, that realized the excess of reality real. which may be painted in front of the work of Samarco, the mining company belonging to the Vale (formerly called "Do Rio Doce") and the Anglo-Australian BHP Billiton (... ) And the mud advances, not as a metaphor, but also as a metaphor.As the mud progresses - "it will invade the Archipelago of Abrolhos", "will not invade the Archipelago of Abrolhos", "reached the nest of the giant tortoises" beaches are interdicted in Esp Holy Spirit "... - there is a metaphoric mud that enters through our mouth and makes us cough. But the cough does not set us free, because we are intoxicated with mud. This mud that circulates through the veins of this body that we call a country. The mud that denies the mud (...) "Eliane Brum, writer, reporter and documentarist for El País on November 30, 2015
|
|